quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Critica: No limite da loucura - In the mouth of madness (1995)

Bom, Minha primeira resenha, é sobre o filme "In the Mouth of Madness" de 1995, que veio para o Brasil direto em dvd, como o nome de "No limite da loucura". Eu comprei este dvd há algum tempo atrás, interessado pela sinopse, direção (John Carpenter) e pelo elenco (Sam Neil como ator principal).

A sinopse é a seguinte:
"O autor de bestsellers Sutter Cane desaparece quando esta quase pronta a revisão de seu novo livro, então John Trent é contratado para encontrá-lo. Tirando suas pistas do texto ainda não publicado de Cane, Trent começa sua busca em Hobb's End, o local onde a historia se passa. Contudo, Trent logo percebe que na cidade aparentemente tranquila da Nova Inglaterra, por baixo dos panos, está ocorrendo uma assustadora transformação, e que a suposta ficção escrita por Cane, rapidamente passa a ser real, nesta passagem surreal de terror dirigida por John Carpenter."

Trailer: 

Foi sorte eu ter perdido tempo analisando a sinopse e o elenco, pois pela capa, eu nunca teria comprado o filme. Péssima capa, com uma igreja e um livro aberto, sem a foto do ator principal na capa e nem nada que chame a atenção.
Ao verem uma capa daquela, os mais pacientes, ainda tentam olhar para a contra capa, e nela tem uma péssima foto do Sam Neil gritando, quase que irreconhecível. Eu trabalhei algum tempo em locadora, e sei da importância de uma boa capa, maior parte das pessoas aluga pela capa. Em meio a tantos filmes numa prateleira, é a capa que vai fazer com que a pessoa pegue o filme na mão e leia a sinopse.
Com os problemas que as locadoras vem enfrentando hoje em dia (TV a cabo, pirataria, filmes on line), ver um filme com uma capa ruim me irrita muito, ainda mais quando que vejo copias piratas com capas caseiras mais criativas...

Capa da minha edição em português.
Bom, deixando minha irritação de lado e voltando ao filme, acabei por deixar o dvd recém comprado, junto dos outros da minha coleção, e esquece-lo por lá. Um bom tempo depois (ontem para ser exato), estava arrumando minha coleção, encontrei o filme e resolvi assistir, tendo uma grata surpresa.

O filme de suspense/terror é fortemente baseado nos contos do H. P. Lovecraft (1980 - 1937), um escritor muito influente de livros de terror, que teve seu trabalho varias vezes adaptado para o cinema (O Chamado de Cthulhu, Dagon, Reanimator...). Mas apesar do roteiro do filme seguir fielmente as situações sempre presentes nos contos do Lovecraft, como: Livros malignos que enlouquecem seus leitores, verdades terríveis, seres poderosos incompreensíveis para o homem, modificações da realidade consensual, investigadores que se deparam com terríveis horrores do além, historia narrada por algum louco em um sanatório, entre outras... O roteiro surpreende por ser original, e não uma mera adaptação.


Claro que não só de bom roteiro se faz um filme, já vi boas ideias serem desperdiçadas nas mãos de diretores incompetentes e atores ruins. Mas não é o caso de In the mouth of madness. O diretor, como eu já mencionei, é o talentoso John Carpenter, que dirigiu excelentes filmes como Helloween, Aventureiros no bairro proibido, Fuga de Los Angeles, O Enigma do outro mundo (The Thing - este também no estilo "Lovecraft"), Christine o carro assassino, entre outros. Carpenter leva o filme com varias cenas tensas que misturam loucura e realidade a ponto do telespectador ficar tão confuso, quando os personagens, sobre se aquilo esta acontecendo realmente ou não.
Porém o filme não chega a ser um suspense totalmente psicológico, como o ótimo "Ilha do medo" do Scorsese, pelo contrario, ele tem uma pegada bem estilo os filmes de terror anos 80 (alguém falou trash?), apesar de ter um orçamento bem alto pra época (14 milhões), abusando de efeitos especiais, mostrando criaturas bizarras, tentáculos, maquiagem pesada e etc... Em uma era onde os efeitos de computação gráfica eram raros.
As criaturas do filme provavelmente não assustarão a maior parte das pessoas de hoje em dia, acostumadas com efeitos especiais detalhados, que ao olhar para um monstro da década de 90, vão simplesmente pensar "fantasia de borracha e maquiagem". Mas garanto que muitos adolescentes da metade da década de 90, se assustaram com os efeitos deste filme.


De qualquer forma, o importante não é os efeitos, e sim a historia que é bem contada e dirigida, onde o ator principal é o Sam Neil (Jurassic Park, Enigma do Horizonte), em uma ótima atuação, como John Trent, um cético investigador de fraudes de seguro, que aos poucos ao confrontar coisas terríveis e sem explicações logicas, vai enlouquecendo.

Resumo da obra:


Bom o filme tem inicio com um homem sendo aprisionado em um sanatório, ele grita dizendo que não é louco, mas pouco tempo depois de ser preso, tem visões perturbadoras. Pouco depois um medico chega no local e vai falar com o doente. A cena é interessante, pois o medico pergunta para um enfermeiro se o paciente pediu alguma coisa, e o homem responde "- Pediu apenas um simples lápis", e ao entrar no quarto, todas as paredes, a roupa do paciente e seu rosto, estão pintados com o desenhos de diversas cruzes cristãs.

Nesta momento, muitos que irão assistir o filme hoje em dia, vão pensar "filme vai falar sobre religião, satã, luta contra a fé cristã e etc", mas não se preocupem, o filme não cai neste clichê, apesar de alguns aspectos religiosos estarem presentes (igreja, cruzes, bíblia), nada vai ser dito sobre anjos lutando contra demônios e coisas do gênero.
O medico da um cigarro ao paciente e o convence a contar sua historia, neste momento ficamos sabendo que o paciente se chama John Trent (Sam Neill) e que ele trabalhava como investigador de seguro. Aquelas pessoas que analisam diversos casos, para saber se os clientes da seguradora esta sendo sinceros, ou estão tentando uma fraude.
O filme mostra que Trent é muito bom no que faz, e que gosta de trabalhar como freelancer. É em uma cena numa cafeteria, que enquanto o investigador esta conversando com seu contratante, vemos pela janela, do outro lado da rua, um homem se aproximando, com um machado na mão. Uma cena muito boa, pois causa um certo desespero, ver ao longe o homem se aproximando, as pessoas na rua correndo dele, e os dois homens tomando café, sem prestarem atenção, até o momento que o homem esta prestes a ataca-los. O interessante é que o homem surgiu, no exato momento que o contratante passa um novo trabalho para Trent, procurar o escritor Sutter Cane, que desapareceu há algum tempo. Quando o homem do machado esta prestes a atacar Trent, ele pergunta ao investigador "- Você lê Sutter Cane?".
Porém antes de cortar a cabeça do protagonista ao meio, o homem é alvejado por policiais.


(Este esquema de autor de livros de terror, homens malignos com machado e loucura, me lembra muito o jogo "Alan Wake" pra xbox. Talvez o jogo tenha sido levemente baseado no filme, ou talvez ambos os autores tiveram ideias parecidas, já que o tema não é incomum...)
Mais pra frente descobrimos que o tal homem era na verdade o agente do escritor desaparecido, o único a ler os primeiros capítulos do ultimo livro do autor, aparentemente enlouqueceu após ler aquelas paginas.
Descobrimos mais também sobre o tal autor desaparecido, Sutter Cane escreveu uma serie de livros de terror que esta repercutindo por todo o mundo, com direitos prestes a serem lançados para o cinema. O autor segundo o filme, vende mais que o Stephen King, boa parte da população já leu os livros dele, e esta esperando ansiosamente pelo ultimo livro (In the mouth of madness), que vai fechar a coleção. Há também boatos de que os livros mexem com alguma pessoas, tornando-as paranoicas e violentas. Cultos religiosos começaram a surgir, compostos por pessoas que acreditam em seus livros.


John Trent é claro, não leu nenhum livro do autor, e não acredita em nada disto, na verdade ele acredita que todas estas historias, assim como o desaparecimento do autor, são partes de uma jogada publicitaria muito bem elaborada.
De qualquer forma, ele começa a ler os perturbadores livros de Cane, e após despertar de um pesadelo (sonho com um policial deformado e com pessoas com machado) e olhar assustado para os livros encima da mesa, ele acaba tendo uma ideia. Trent recorta as capas dos livros, juntando a capa de cada um deles era possível montar um mapa, onde descrevia a localização de uma cidade (O filme pecou em não mostrar em close as capas do livro, com os detalhes em vermelho que formam um mapa, vou postas as capas no fim do post).
Trent mostra sua teoria para o dono da editora, e o homem manda o investigador, junto da agente literaria Linda Styles (Julie Carmen) viajar até aquela localização.


É apartir dai que a realidade e a fantasia começam a se misturar no filme, Styles é uma grande fã de Cane, e durante a noite, ela dirige o carro, enquanto Trent dorme. A mulher vê coisas como um rapaz pedalando em uma bicicleta no meio da estrada a noite, depois um velho, pedalando a mesma bicicleta, entre outras coisas, confusa e assustada, ela não sabe se esta sonhando ou acordada, até o momento em que ela atravessa um tunel com o carro, tunel que não parece ter fim, quando ela sai do tal túnel já é de manha, e ela estava de frente para a placa "Bem vindos a Hobbe's End" (cidade onde se passa as historias dos livros). Pra mim, o diretor quis passar a sensação de que esta viagem a noite conduziu eles para algo além da nossa dimensão normal.
Hobb's End, cidade onde passa as historias de Cane. 
A cidade, que não existe nos mapas, é tranquila e silenciosa, como se não houvesse muitas pessoas morando nela. Eles se alojam no hotel, Styles fica impressionada com o fato de que a cidade é exatamente do jeito que Cane descreveu nos livros, até mesmo as tabuas soltas no assoalho do hotel, e o estranho quadro no lobby foram descritos no livro. Ela ainda parece estar sofrendo algumas "alucinações", ao discutir com Trent no quarto, ele abre uma janela e diz "- Segundo o livro, era pra ter uma enorme catedral logo ali, e não aquele velho deposito." nisto a mulher resmunga "- você não leu direito, a catedral fica além daquela janela." e ao abrir outra janela, eles avistam uma enorme catedral, que não condiz nem um pouco com uma cidade pequena e desconhecida daquela.



Eles vão até a estranha catedral, na entrada esta escrito "Aqueles que entrarem aqui, serão amaldiçoados para sempre", algo nada comum de se encontrar na frente da "casa do senhor", é neste momento que um grupo de homens em camionetes chegam até a igreja. O casal principal foge e observa de longe, os homens armados subirem os degraus da igreja e um deles exigir que seu filho fosse devolvido. A cena a seguir é uma das que mais gostei, a porta da catedral abre com tudo, mostrando um garoto loiro com um olhar macabro, em seguida a porta fecha e abre novamente, como se o vento a fizesse ficar batendo. Quando a porta abre novamente, um homem esta no lugar em que o garoto estava. A cena é rápida e a porta abre e fecha varias vezes, em um efeito legal e ao mesmo tempo assustador.
Cena simples e eficaz, algo que agente não vê muito hoje em dia.
Apartir deste momento, o nível de coisas sobrenaturais vai aumentando no filme, de forma muito rapida, não vou descrever tudo, para não perder a graça, mas criaturas aparecem, pessoas enlouquecem, aquela cidade é um pesadelo surreal e no meio de toda a loucura Trent descobre a verdade sobre tudo que esta acontecendo. Ficando com a mente em frangalhos. Este desfecho é muito bom e lembra muito os contos sobre os Grandes Antigos (Lovecraft again), que são seres poderosos do além, que querem assumir nosso mundo, apenas o fato de saber a respeito destes seres, pode tornar uma pessoa louca.


O filme discute o fato de oque é loucura, de que uma pessoa louca é apenas uma pessoa que pensa e acredita em algo que a maioria não acredita, mas isto não significa que ela esta errada. E se a maior parte das pessoas do planeta ficarem loucas, as pessoas até então sãs, seriam os novos loucos.
Fora isto, no filme tem muito a respeito de crenças e da alteração que o pensamento das pessoas causa na realidade. Se a maior parte das pessoas do mundo, desacreditarem na bíblia e acreditarem em um livro de terror, o livro poderia se tornar verdadeiro ? O subconsciente coletivo pode moldar o mundo ? Esta é a realidade verdadeira ?
Estes temas, que hoje em dia são bem conhecidos, por causa de filmes como Matrix, Vanilla Sky, Origem... Na época, eram pouco abordados, mostrando que "In The Mouth of Madness" é precursor.


Toda esta discussão tem haver com a verdade sobre tudo que esta acontecendo no filme. E depois do Trent contar sua historia ao medico, somos levados a uma "calma" sequencia final, que pra mim surpreendeu muito. Um final no minimo sarcástico, após a viagem surreal que é o filme.



Concluindo, é uma pena que um filme destes, que tinha tudo para dar certo, ou para ao menos se tornar "cult", não fez sucesso na época, passando despercebido pela critica e pelo grande publico. Chegando ao Brasil apenas em dvd, com aquela capa tosca que comentei. Talvez fosse o fato das pessoas da época não estarem no clima de filmes surreais, com loucura e cenas que estão além da nossa realidade, ou por acharem que era apenas um filme de monstrinhos, sem pensarem com profundidade na proposta da obra.
De qualquer forma, aposto que se este filme fosse refeito hoje em dia, com a mesma direção competente, mas com efeitos especiais atuais, passando no cinema, com uma boa campanha de publicidade. As pessoas iriam adorar, muito gente ia correr atras da versão antiga, e tudo mais.
Bom, mas espero que vocês tenham gostado da resenha, e procurem este filme pra ver, é muito bom, tanto para os fãs do genero (principalmente para os fãs de lovecraft) quanto para os curiosos, vale a pena.

Sam Neill e John Carpenter nos bastidores do filme. 
A seguir, os desenhos das capas dos livros do Sutter Cane. Reparem que em cada capa, há um contorno em vermelho, foi este contorno que o Trent recortou e juntou, formando assim um mapa, no decorrer do filme.
O nome dos livros, também é uma homenagem aos contos do Lovecraft, como vocês podem reparar a seguir:

Hobb's end horror (Cane) - Dunwich horror (Lovecraft).
Haunter out of time (Cane) - The shadow out of time (Lovecraft) ou The haunter of the dark (Lovecraft).
In the mouth of madness (Cane) - At the mountains of madness (Lovecraft) ou The shadow over Inssmouth (Lovecraft).
The wisperer of the dark (Cane) - The wisperer in darkness (Lovecraft).
The thing in the basement (Cane) - The thing on the doorstep (Lovecraft).










 Até a próxima galera \o/




9 comentários:

  1. Notem que até os nomes dos livros do Sutter Cane tem haver com os contos de lovecraft (uma homenagem provavelmente):
    Hobb's end horror (Cane) - Dunwich horror (lovecraft)
    Haunter out of time (Cane) - The shadow out of time (lovecraft)ou The haunter of the dark (lovecraft)
    In the mouth of Madness (Cane) - At the mountains of madness (lovecraft)ou The shadows over Innsmouth (lovecraft)
    The wisperer of the dark (Cane) - The whisperer in darkness (lovecraft)
    The thing in the basement (Cane) - The thing on the doorstep (lovecraft)

    Esqueci de colocar isto no post, vou dar uma editada \o

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  2. Nossa , parabéns Samedi e Rúbia!!! Texto e revisão excelentes! E um ótimo ponto de vista crítico! Da pra perceber que voce realmente sabe do que está falando! Continuem assim!! Gostei :)

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  3. Parabéns!!!! Faço minhas as palavras do Luis. Não é a toa que o Samedi is my son and Rúbia is your friend.
    Adorei e vou ler sempre que der.
    Bjus.

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  4. Caraca! Muito boa a resenha! Curti muito! Bem escrita e com conhecimento de causa.
    Vai ter mais resenhas desse tipo?

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  5. Opa,valeu \o huhu Vai sim, pretendo postar varias resenhas de filmes, de preferencia, os menos conhecidos pela galera \o huh

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Preciso voltar a jogar Kult!
    E vou caçar esse filme !

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  8. Até que enfim, eu já achei que estava ficando louco, assisti esse filme quando criança e algumas cenas não saiam da minha cabeça, mas sempre que falava pra alguém sobre ele, ninguém tinha assistido nada parecido. E eu não lembrava o nome. Agora estou tranquilo kkkkkk

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  9. O post é de 2012, mas tem comentário de 2016, então vamos lá. XD

    Cara, eu amo as histórias do Lovecraft, e amei esse filme que tão bem as representa. Como muitos, queria muito ler os livros do Cane (nada saudável, fato, mas queria XD). Internet afora você acha até quem fez mockups com essas imagens das capas, provavelmente num miolo em branco ou quem sabe até como capa postiça pra algum outro livro. Gostaria de achar essas imagens em alta definição pra fazer o mesmo. XD
    Eu até li o script do filme atrás de mais informações, e devo dizer que prefiro o final do script. Resumindo e sem spoilers, se o final do filme é mais subjetivo, por acompanhar até o fim o Trent, que pode muito bem só estar maluco, o final do script é bem mais decisivo. Seguimos o cara (esqueci o nome) que o interrogou até em casa, e nada grandioso acontece (do tipo brotarem monstros gigantes do céu ou a realidade se retorcer), mas ao mesmo tempo nos dá certeza que ALGO em toda essa história é bem real. Provavelmente tudo.

    Já que ninguém se habilita, eu, que quero ser escritor, já pensei em escrever como poderiam ser esses livros. Pensei é pouco: já comecei o prólogo de O Banquete (The Feeding), que imagino ser o primeiro livro do Cane.
    Há algumas pistas nesse sentido. Sabemos que Hobb's End Horror é o sexto, In the Mouth of Madness é o sétimo. Com exceção do próprio The Feeding e Haunter Out of Time, os demais têm blurbs que indicam um Cane já famoso. E arrisco que Haunter NÃO seria o primeiro, porque aquela capa parece o que acontece com o próprio; e considerando que o script diz que só com o sexto livro ele próprio percebeu o que acontecia, imagino que Haunter viria logo antes, ou seja, o quinto.
    A ordem dos demais é discutível, mas arriscaria que The Whisperer of the Dark seria o segundo, The Breathing Tunnel o terceiro, e The Thing in the Basement o quarto. Essa seria a ordem que eu acataria (pelo menos essa semana, minha opinião sobre isso muda frequentemente XD).|
    Em todo caso, eu empaquei com o meu prólogo na parte em que as coisas ficam nojentas. Eu adoro livros, filmes, mangás e games de terror, e não ligo pra gore e nem mesmo escatologia (meu único ponto fraco é mexer com olhos). Mas sei lá, tem um freio em mim que me impede de escrever o mesmo. Eu teria que deixar essas partes subentendidas, e pensando bem é exatamente o que o filme faz: não economiza no bizarro e grotesco, mas quando o assunto é violência ele não é explícito. Também por isso é brilhante.

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