Abaixo o vídeo que eu fiz, mostrando a versão de luxo, em português que a Redbox lançou:
(Agradecimento especial a minha irmã, a Liz, que me ajudou a fazer o video.)
Como eu disse no vídeo, comprei a pré venda desta edição em novembro, paguei 79,90 (e não 66,00 como comentei no vídeo, tinha me confundido ehehe), mas valeu cada centavo e cada dia de espera.
Eu comecei a jogar Shotgun diaries, há uns 2 anos atrás, quando um amigo meu, o Danilo, resolveu narrar jogos de RPG indies. Que hoje em dia estão fazendo bastante sucesso por aqui. Shotgun recebeu prêmios e estava sendo bem comentado lá fora, então resolvemos jogar. Foi uma grande descoberta, o sistema é simples, dinâmico e divertido. Passa completamente a sensação de estar jogando em um mundo dominado por zumbis.
Eu adoro filmes e jogos com zumbis e acho que não teve melhor época do que agora, para a Redbox editora ter lançado este RPG no Brasil. Afinal, todo mundo anda empolgado com a serie "The Walking Dead" (eu li as HQs, de onde a serie foi baseada, há muito tempo atrás, um dia farei uma resenha delas por aqui).
Resumo da obra:
A lata da edição de luxo: Achei um trabalho muito bem feito, uma lata prateada, com o nome do jogo, e com um papel (luva) envolvendo ela. Esta luva tem um belo desenho de uma escopeta calibre 12, com sangue de fundo.
O livro: Este rpg é bem simples, o livro é fino e pequeno, tem 20 paginas apenas, da pra ler em pouco tempo, e começar logo a jogar. A arte da versão nacional é do Dan Ramos ilustrador conhecido no meio RPGistico nacional. O livro é bonito, capa bem feita com desenho de manchas de sangue e remendos. No interior, o fundo das paginas dá a impressão de ser feito com papel amassado e manchado de sangue, como se fosse o diário de um dos sobreviventes. Na contra capa temos listas de vitimas e de coisas que o sobrevivente "dono do diário" esta precisando, entre outros detalhes. Nas paginas do livro, tem diversos desenhos, apenas o rascunho, como se tivessem sido feitos a lápis nos cantos do diário.
Enfim, é uma arte muito bem sacada, feita para imergir o leitor no cenário do jogo, como se o livro fosse um manual de sobrevivência, ou um diário encontrado, feito há muito tempo atrás por alguém, antes de ter sido vitima dos zumbis.
Sistema: O jogo foi criado por John Wick (Legend of the five rings, 7th sea) um premiado autor de livros de rpg. Ele criou o Shotgun Diaries, como presente de aniversário para seu amigo Nick Watts. O jogo acabou sendo vendido na net, fazendo grande sucesso.
O que diferencia este rpg, além da simplicidade, é o fato dele ter um sistema de narrativa compartilhada (semelhante ao 3:16) onde se o jogador tiver sucesso no dado, ele pode narrar a cena inteira do jogo. E se ele fracassar, é o mestre que narra (geralmente matando ou infectando o personagem do jogador).
As ficha do personagens é bem simples, na verdade não tem ficha, se o jogador lembrar que tipo de sobrevivente ele é, pronto. Não tem pontos de vida, atributos e caracteristicas do genero. O jogador decide entre ser um sobrevivente Forte, Astuto, Perigoso, Veloz, Furtivo ou Indefeso (geralmente NPCs), e vai poder rolar dados sempre que for fazer algo ligado ao seu arquétipo.
Se o personagem for fazer alguma coisa, que não esta ligada ao seu arquétipo, ele não tem dados pra rolar, mas pode ganhar bônus por diversas coisas, como estar com os amigos por perto, usar suprimentos do grupo, etc...
Nas roladas de dado, todo jogador precisa tirar 6 em pelo menos um dado (o jogo usa simples dados de 6 lados) se ele não conseguir, falha no teste. Armas brancas, ferramentas e armas de fogo, dão bônus nestas roladas de dados.
Como beneficio, os jogadores tem marcadores de suprimentos do grupo (que dão dados bônus caso usados), podem encontrar refúgios para descansar, além de conseguir armas brancas ou de fogo.
Para atrapalha-los, o mestre tem uma ferramenta, que na minha opinião é a que causa maior tensão em qualquer jogo: O relógio, no caso deste jogo, o "Relógio Zumbi", o jogo é cronometrado, a cada 10 minutos, o mestre retira um marcador de suprimentos dos personagens, e aumenta um nível no seu "Relógio Zumbi", ele pode usar estes marcadores do relógio, para causa complicações nas ações dos personagens (carro quebrou, energia acabou, estrada bloqueada), além de fazer zumbis aparecerem para atacar.
Ou seja, a dificuldade do jogo aumenta a cada 10 minutos. Isto deixa qualquer jogador nervoso, o jogo fica dinamico, afinal, ninguém quer perder tempo filosofando, sabendo do fato de que em poucos minutos, as coisas ficarão piores.
Outro aspecto interessante do jogo, é os testes de medo. Dependendo da situação, os jogadores fazem testes de medo, se falharem, seus personagens começam a ganhar níveis de medo, representados pelos dados. Quando um jogador rolar os dados, e o sucesso que ele tiver, for do dado de medo, ele vai narrar a cena, mas vai cometer uma ação covarde e egoísta, que beneficie somente o seu personagem (geralmente causando a morte do personagem de outro jogador), por exemplo, trancar a porta, com os companheiros do lado de fora, em meio aos zumbis ou sair com o carro, fugindo e deixando todo mundo pra trás, etc...
Por ultimo temos o Diário (que dá nome ao jogo), onde depois de cada sessão de jogo, o jogador escreve uma pagina de algum caderno, como se fosse um diário do personagem, contando os últimos acontecimentos de sua vida. Este diário, se bem escrito, pode tirar um nivel de medo do personagem, além de dar bonus aos outros personagens, por algum motivo. Por exemplo: Rúbia escreve em seu diário que a sobrevivente Lilian é ótima para encontrar comida. Por isto, sempre que Lilian for procurar comida, terá um dado a mais de bônus para esta ação.
Além disto, a principal função do diário, ligada ao estilo de narrativa compartilhada deste RPG, é o fato de que ele modifica o mundo do jogo. Por exemplo: Lilian escreveu em seu diário que no momento em que estava cercada por zumbis, ela atirou com um sinalizador para cima, e todos os zumbis pararam de atacar e ficaram olhando para a luz que subia para o alto (evento ocorrido no jogo, em algum momento que a jogadora acertou nos dados e narrou uma cena), por isto, ela sabe que os zumbis são atraídos por luzes fortes, como sinalizadores ou fogos de artificio.
Apartir do momento que o jogador escreve uma afirmação sobre os zumbis no diário, ela se torna verdadeira no jogo. Assim os jogadores também moldam o cenário, além do mestre.
Acessórios: nesta versão de luxo, vem vários acessórios, a maioria não é necessária para jogar, mas são uteis e divertidos. São eles:
6 Fichas de Armas de fogo, Ferramentas e Armas brancas: Fichas com desenhos de ferramentas, armas brancas e de fogo, dizendo qual é o bônus que cada uma delas dá ao personagem.
20 Marcadores de Refugio: Para os jogadores marcarem o nível do refugio do grupo (se o nivel for menor que o nível de marcadores zumbis, o refugio não é mais seguro).
36 Marcadores de Relógio Zumbi: Para o mestre zumbi, marcar o nível de dificuldade do jogo.
20 Marcadores de Medo: Para os jogadores marcarem o nível de medo dos personagens.
Brinde: Veio como brinde, na edição de luxo, um cd com a trilha sonora e efeitos de sons, de um jogo de zumbis. E com um relógio zumbi como faixa bonus, ou seja, um som irritante de relógio, que dispara a cada 10 min. Muito boa ideia este brinde, eu particularmente adorei.
O cd é composto com as seguintes faixas:
1- Som de Grunhido
2- Som de Grunhido 2
3- Grito "Brains"
4- Sons de zumbi errante
5- Sons de zumbi em grupo
6- Tiro de escopeta
7- Tiro de pistola
8- Tiro de fuzil
9- Barulho de helicóptero
10- Barulho de explosão
11- Som de estática
12- Transmissão via satélite
13- Transmossão do governo
14- Código morse
15- Ambiente com zumbis
16- Ambiente sem zumbis
17- Trilha sonora de suspense
18- Trilha sonora de ação
19- Trilha sonora fúnebre
20- Faixa Bônus: Relógio Zumbi (reiniciar após 40 minutos)
Além de tudo isto, ainda é possivel para aqueles que compraram a edição de luxo, baixar a versão pdf do livro e mais um exclusivo controle de mídia (muito bom).
Conclusão: The Shotgun Diaries é um excelente jogo, e a versão de luxo vale muito a pena. Se você não conseguir mais comprar a versão de luxo (que é limitada), compre a versão normal. Só o pdf com as regras já é o suficiente, 20 folhas da pra imprimir tranquilo.
Já narrei Shotgun, usando simulador de dados e cronometro de celular, em uma barraca de acampamento, a noite (foi bem divertido). Mestrei em uma chácara, onde a galera queria jogar RPG, mas sem precisar esquentar a cabeça com fichas complicadas, foi bem legal, principalmente porque apliquei uma House Rule. Quem tivesse o primeiro personagem morto na rodada, se tornava mestre, e o mestre atual, inventava um personagem na hora e começava a jogar. Como o jogo tem sistema simples e dinâmico, esta regra da casa funcionou muito bem, e todos puderam jogar e narrar, sem problemas.
Espero que tenham gostado da resenha, até a próxima galera.
Links:
Redbox Editora (link para comprar o Shotgun).
Venda do pdf em inglês, no site oficial do autor.
John Wick site oficial.
Galeria com desenhos baseados em Shotgun Diaries.
Bom trabalho Samedi! O Blog tá ficando muito massa!
ResponderExcluirTbm narrou na virada do ano passado (de 2010 pra 2011 =P) e fora tão divertido quanto as outras vezes =)
ResponderExcluirmuito legal a resenha, acredito que quem leu e nunca jogou vai conseguir perceber o quanto dinamico e pratico é o jogo ao mesmo tempo em que o clima de tensão impera.
Boa, Samedi! Assim que eu voltar, a gente agenda uma partida!
ResponderExcluirO blog tá muito massa! As resenhas tão animais!
Abraços!
Aeee \o Valeu Danilo \o huhuh demorou agente jogar, quando vc voltar \o huhu
ResponderExcluirParabéns pelo Blog! Muito bom!!!
ResponderExcluiraee valeu \o
ExcluirTo me formando, dai ano q vem, volto firme com as postagens huhu